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Pierre de Fermat

“Confesso que o Teorema de Fermat como uma proposição isolada tem muito pouco interesse para mim, porque eu poderia facilmente estabelecer uma infinidade de tais proposições, que ninguém poderia provar nem descartar.”

Carl Friedrich Gauss, 1777-1855

 

Pierre de Fermat viveu no século XVII, exerceu a advocacia e a magistratura, foi relevante cientista e matemático francês, integrou o grupo de estudiosos reunidos pelo Padre Marin de Mersene, a República das Letras de Paris, tornando-se o mais importante construtor da Ciência Matemática com sua modelagem, instrumentação e abordagens empregadas atualmente. Embora não se dedicasse exclusivamente à aritmética e ao cálculo, fez profundas descobertas na Teoria dos Números e, antes de qualquer outro, desenvolveu as primeiras técnicas da Geometria Analítica; com Blaise Pascal iniciou os estudos acerca da Teoria das Probabilidades; mostrou e pavimentou o caminho para o surgimento do Cálculo Diferencial e Integral que revolucionou a Ciência e tornou possível compreender melhor o conceito de velocidade e sua relação com a aceleração.

Apesar de seu desinteresse em publicar suas descobertas, é inestimável a influência de Fermat na Matemática. Ele adotou a prática, comum a seu tempo, de comunicar-se com outros estudiosos por correspondência, desafiando os amigos que possuíam interesse pelo assunto a desenvolverem as soluções que ele próprio descobrira, relacionadas especialmente a problemas de geometria analítica e aritmética. Suas cartas mencionando estas ideias e descobertas eram provocativas não contendo a descrição da solução para determinados problemas matemáticos, procurando, com esta prática, estimular outros cientistas a se envolverem diretamente com os raciocínios que ele empregara.

Embora possa ser considerado o mais talentoso matemático conhecido – o pioneirismo emoldura seus méritos científicos e o destaca entre todos os demais – Fermat não se tornou filósofo nem desejou ter qualquer atividade com viés ideológico, indiferença que não significou alienação em relação a preocupações humanísticas ou que ele não tenha estudado e analisado questões desta natureza.

Católico Apostólico Romano fervoroso, ele dividia seu tempo livre entre ocupações religiosas e estudos científicos, cultivava interesses como erudito clássico, diplomou-se em direito e foi magistrado em Toulouse por longo tempo em sua vida. Demonstrava fluência em francês, italiano, espanhol, latim e grego, teceu considerações filológicas e conhecia a Escolástica. Duas filhas suas se tornaram freiras e um de seus filhos foi cônego.

Fermat afirmou, no ano de 1637, que havia encontrado uma maneira de resolver o problema matemático representado pela equação: , proposto há milênios. A discussão sobre tal solução está presente no livro ao qual este sítio oferece suporte, por duas razões: 1) como chancela técnica para as afirmações científicas que são produzidas no livro; 2) como exemplo e advertência sobre os mecanismos usados pela Falsa-Ciência. A “Origem do Bem e do Mal – O Último Teorema de Fermat” contém a transcrição da possível solução “maravilhosa” encontrada por Pierre de Fermat, que está desconhecida do público até esta data, decorrido pouco menos de quatrocentos anos.

Fazei tudo o que Ele vos disse! 

Salvai-me a mim, mísero, das fauces do leão e dos chifres dos búfalos. Então, anunciarei vosso nome a meus irmãos, e vos louvarei no meio da assembleia.“Vós que temeis o Senhor, louvai-o; vós todos, descendentes de Jacó, aclamai-o; temei-o, todos vós, estirpe de Israel, porque ele não rejeitou nem desprezou a miséria do infeliz, nem dele desviou a sua face, mas o ouviu, quando lhe suplicava.” De vós procede o meu louvor na grande assembleia, cumprirei meus votos na presença dos que vos temem. Os pobres comerão e serão saciados; louvarão o Senhor aqueles que o procuram: “Vivam para sempre os nossos corações”. Hão de se lembrar do Senhor e a ele se converter todos os povos da terra; e diante dele se prostrarão todas as famílias das nações, 29.porque a realeza pertence ao Senhor e ele impera sobre as nações. Todos os que dormem no seio da terra o adorarão; diante dele se prostrarão os que retornam ao pó. Para ele viverá a minha alma, há de servi-lo minha descendência. Ela falará do Senhor às gerações futuras e proclamará sua justiça ao povo que vai nascer: “Eis o que fez o Senhor”.*”
Salmos, 21: 22, 31 – Bíblia Católica Ave-Maria

A geometria analítica é uma divisão da matemática que descreve com letras e símbolos as figuras geométricas, suas características, correlações ou propriedades. A lua cheia desenha nos céus um círculo exato, e a geometria analítica o descreve usando a expressão x² + y² = r². Os matemáticos, ao verem tal expressão, sabem que ela está noticiando ou descrevendo um círculo ou circunferência. Fermat pesquisou o conhecimento acumulado de grandes analistas como Diofante, Euclides, Arquimedes e Pitágoras sobre a teoria dos números. As observações, problemas e soluções relacionados ao Teorema de Pitágoras sugeriram a ele que Euclides havia compilado extenso número de ternas pitagóricas e sondado possíveis soluções para seu famoso último teorema. Seu trabalho desperta interesse generalizado, atrai a atenção de dedicados pesquisadores e envolve brilhantes cientistas nos estudos lógicos e abstratos acerca da teoria dos números, dos espaços e medidas da geometria, de identificação de padrões naturais.

Maria Gaetana Agnesi foi uma linguista, teóloga, benfeitora, filósofa e matemática italiana, reconhecida como tendo escrito o primeiro livro que tratou, simultaneamente, do cálculo diferencial e integral. Ela, também, se tornou fluente em diversas línguas tais como francês, latim, grego, hebraico, dentre outras.

Em 1739, seu pai não permitiu que ela ingressasse num convento de freiras. Porém, ele a autorizou a usar vestimentas simples, ir à igreja quando desejasse e liberou-a da obrigação de frequentar eventos sociais da nobreza. Maria Agnesi concentrou estudos na área da matemática publicando sua principal obra intitulada “Instituzioni analitiche ad uso della gioventu italiana” (Fundamentos analíticos para o uso da juventude italiana), que versa sobre álgebra, trigonometria, geometria analítica, cálculo e equações diferenciais. Seu trabalho revolveu o mundo acadêmico científico ao reunir as ideias de Isaac Newton e Gottfried Leibniz, com análise de quantidades finitas e infinitas, e por ordenar as descobertas do século XVII com clareza, permitindo aos estudantes o acesso à pesquisa matemática consolidada.

É destaque em sua obra o estudo de uma curva originalmente analisada por Pierre de Fermat (1639) e por Guido Grandi (1703), denominada “versiera” – termo latino significando virar –, que é expressa pela equação x2y + a2(y – a) = 0, com a > 0, definida matematicamente por Gaetana, e é comumente conhecida como “Curva de Agnesi” ou “Bruxa de Agnesi”. O matemático Grandi, anteriormente, havia denominado a curva de Scala. Agnesi dedicou seu livro à Imperatriz Maria Teresa da Áustria, recebendo de presente uma caixa de cristal com brilhantes e um esplêndido anel de diamante. O Papa Bento XIV a presenteou com uma coroa de ouro e a nomeou professora honorária da faculdade de Bolonha em outubro de 1750, para ocupar a cadeira de matemática e filosofia natural.

Guido Grandi foi referenciado por Bento XVI, em 2012, Papa Emérito, em homília dirigida à Ordem Camaldulense nos seguintes termos: “(…) Graças à fidelidade e à benevolência do Senhor, a Congregação dos Monges Camaldulenses da Ordem de São Bento pôde percorrer mil anos de história, alimentando-se quotidianamente da Palavra de Deus e da Eucaristia, tal como tinha ensinado o fundador São Romualdo, segundo o «triplex bonum» da solidão, da vida em comum e da evangelização. Figuras exemplares de homens e mulheres de Deus, como São Pier Damiani, Graziano – o autor do Decretum (…); homens de ciência e de arte como Frei Mauro (…) Pietro Delfino e Guido Grandi; historiadores ilustres (…) zelosos Pastores da Igreja, entre os quais sobressai o Papa Gregório XVI, mostraram os horizontes e a grande fecundidade da tradição camaldulense (…).”

Em 19 de março de 1752 com a morte de seu pai, Maria Gaetana abandonou suas preocupações acadêmicas. A partir desta data ela dedicou sua vida ao estudo da teologia, às Sagradas Escrituras e às atividades de caridade com pessoas necessitadas. Em 1759 Agnesi alugou uma casa e a transformou em um abrigo para pobres, doentes, desabrigados e deficientes mentais, obtendo os recursos para realizar seu projeto através da venda dos presentes recebidos por seus trabalhos anteriores.

Fermat, entre outras realizações científicas, consolidou o uso dos eixos perpendiculares e da base de coordenadas ortogonais, propôs e demonstrou inúmeros teoremas, enunciou uma propriedade fundamental da luz afirmando que ela sempre segue o caminho mais curto, ou mais breve, possível. Este princípio estabelecido por Fermat e que atualmente é uma das propriedades mais básicas da ótica, não foi bem recebido pelos estudiosos e filósofos de sua época. Seus estudos e seu trabalho produziram os instrumentos técnicos que permitiram as incursões científicas de Grandi, de Maria Agnesi e de Isaac Newton, assim como ensejaram inúmeras proposições de outros talentosos, verdadeiros e honrados cientistas.

Guido Grandi era padre, monge beneditino da Congregação dos Monges Camaldoleses, professor de filosofia, teologia e matemática. Durante viagem à Inglaterra em 1709, Guido foi eleito membro da Royal Society por cientistas locais, tendo seu nome sido indicado por Isaac Newton para ocupar este distinto cargo. Em 1714 Grandi tornou-se professor de matemática na Universidade de Pisa.

Em 1783 Agnesi se mudou para o instituto Pio Trivulzio, dedicou o restante de sua vida a gerenciá-lo continuando a prestar seus cuidados para as pessoas carentes ou necessitadas. A 9 de janeiro de 1799, com oitenta e um anos, Agnesi faleceu e foi sepultada nos arredores de Roma, numa campa com quinze idosos pobres, sem qualquer monumento sobre seu sepulcro. No centenário de seu falecimento, Maria Gaetana foi homenageada na cidade de Milão com a nomeação de ruas e uma escola.

Fermat morreu em Castres em 12 de janeiro de 1665, depois de receber os sacramentos, mantendo-se sempre lúcido. Ele foi enterrado no dia seguinte, na presença de todos os magistrados católicos do parlamento, na capela católica em Castres. Em 1675 seus restos mortais foram transferidos e enterrados na igreja do Convento Agostiniano em Toulouse. Em 1793 a Revolução Francesa e seu iluminismo ilustre, destruiu o túmulo de Pierre de Fermat, profanou seus restos mortais e os dispersou de modo a não permitir sua localização e a recomposição de sua sepultura.

Especialmente, Monsieur Pierre reafirmou e comprovou que, ao contrário do que muitos pensam e definem, as verdades matemáticas nem sempre são descobertas por dedução. As provas podem, de fato, ser deduzidas e podemos com naturalidade expressar matematicamente as mais diversas conjecturas e fantasiosas propriedades de universos que não existem na realidade. Podemos transcrever matematicamente todas as quimeras, devaneios e caprichos que nossa imaginação esteja disposta a criar. Porém, mais adequadamente, as descobertas podem surgir pelo reconhecimento de um padrão advindo da realidade, capaz de originar conjecturas e proposições tais que, se provadas, transformam-se em referências científicas. Estas descobertas resultam da observação consistente da Realidade que nos cerca, que nos impõe suas verdades inalteráveis  às quais conhecemos e sob sua regência convivemos. Isto se aplica com absoluta propriedade para a solução maravilhosa do milenar “Último Teorema de Fermat”, confirmando que levantar conjecturas a partir da identificação de um padrão é perfeitamente legítimo, com muitos teoremas sendo assim construídos. É preciso, naturalmente, tomar cuidados especiais para não produzirmos afirmações matemáticas precipitadas, seja para negar, seja para chancelar uma hipótese.

O Tomo IV e o Tomo V do “A Origem do Bem e do Mal – O Último Teorema de Fermat” tem mais informações a respeito de Fermat, sua piedosa devoção Católica Apostólica, seu teorema e a maravilhosa solução que ele disse que haveria de existir.

“São insensatos por natureza todos os que desconheceram a Deus e, através dos bens visíveis, não souberam conhecer aquele que é, nem reconhecer o artista, considerando suas obras. 2. Tomaram o fogo, ou o vento, ou o ar agitável, ou a esfera estrelada, ou a água impetuosa, ou os astros dos céus, por deuses, regentes do mundo. 3. Se tomaram essas coisas por deuses, encantados pela sua beleza, saibam, então, quanto seu Senhor prevalece sobre elas, porque é o criador da beleza que fez essas coisas. 4. Se o que os impressionou é a sua força e o seu poder, que eles compreendam, por meio delas, que seu criador é mais forte; 5. pois é a partir da grandeza e da beleza das criaturas que, por analogia, se conhece o seu autor. 6. Contudo, estes só incorrem numa ligeira censura, porque, talvez, eles caíram no erro procurando Deus e querendo encontrá-lo: 7. vivendo entre suas obras, eles as observam com cuidado, e porque eles as consideram belas, deixam-se seduzir pelo seu aspecto. 8. Ainda uma vez, entretanto, eles não são desculpáveis, 9. porque, se eles possuíram luz suficiente para poder perscrutar a ordem do mundo, como não encontraram eles mais facilmente aquele que é seu Senhor? 10. Mas são desgraçados e esperam em mortos, aqueles que chamaram de deuses a obras de mãos humanas: o ouro, a prata, artisticamente trabalhados, figuras de animais, alguma pedra inútil a que, outrora, certa mão deu forma. 11. Assim, um lenhador cortou e serrou uma árvore fácil de manejar. Habilmente ele lhe tirou toda a casca, e, com a habilidade do seu ofício, fez dela um móvel útil para seu uso. 12. Com as sobras de seu trabalho, cozinhou comida, com que se saciou. 13. O que ainda lhe restava não era bom para nada, não passando de madeira torcida e toda cheia de nós; contudo, ele a tomou e consagrou suas horas de lazer a talhá-la; ele a trabalhou com toda a arte que adquirira, e deu-lhe a semelhança de um homem, 14. ou o aspecto de algum vil animal. Pôs-lhe vermelhão, uma demão de uma tinta encarnada, e encobriu-lhe cuidadosamente todo defeito. 15. Em seguida, preparou-lhe um nicho digno dele, e o fixou à parede, segurando-o com um prego: 16. foi por medo que caísse, que tomou este cuidado, porque sabe muito bem que ele não pode ajudar-se a si mesmo, pois não passa de uma estátua que tem necessidade de um apoio. 17. Mas quando lhe implora por seus bens, seus casamentos, seus filhos, não se envergonha de falar ao que é inanimado, e pede saúde ao que é desprezível. 18. Reclama a vida ao que é morto, e procura socorro no que é débil; e, para uma viagem, invoca o que não pode andar; 19. para um lucro, um trabalho, o bom êxito de uma obra de suas mãos, pede a força ao que nem é capaz de mover as mãos.” Sabedoria, 13 – Bíblia Católica Ave-Maria