6 de fevereiro de 2022
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A racionalidade, a análise consistente, a acuidade intelectual, os refinamentos instrumentais, a crítica aprofundada, entre outras virtudes, não são garantia de exatidão nem de correção de determinada afirmativa ou premissa científica que produzimos para questões que sejam colocadas sob nosso escrutínio. O raciocínio consequente regularmente construído, pode estar completamente errado mesmo que seus fundamentos estejam todos corretos ou seus pressupostos sejam admissíveis.
Podemos, baseados em fatos concretos, formular leis físicas completamente inadequadas sendo, nos casos envolvendo as ciências exatas, relativamente fácil perceber o erro cometido. O tempo, novas descobertas e investigações que corrigiram postulados físicos comprovam esta afirmação. São exemplares os espetaculares erros técnicos e científicos, relacionados à Física e a Matemática, cometidos por Kant, Rene Descartes e Galileu Galilei, já parcimoniosamente descritos neste site.
De igual modo, é também muito fácil determinar o erro técnico, a impropriedade científica, nas proposições filosóficas, ou ditas filosóficas. Refiro-me ao erro humano, e não a intenção deliberada de mentir e induzir outrem ao erro.
Nas ciências exatas, com destaque para a Física como indutor de teorias e de interpretações de fenômenos naturais em relação às suas origens, o erro técnico pode ser facilmente apurado por delimitamos, sempre, as variáveis ou as condições para que nossas afirmativas sejam válidas. Operamos em sistemas ditos fechados para realizar experimentos e emitir nossos juízos em relação ao mundo material cientificamente observado.
Não há necessidade de serem reservadas quaisquer variáveis, ou de serem impostas condições especiais nas quais nossas interpretações são válidas, para os estudos científicos filosóficos a respeito de Deus. Nestes estudos podemos, e devemos, estabelecer quaisquer regras ou exigências técnicas necessárias para que se tornem válidas e sejam legítimas nossas observações. Nossas interpretações têm que ser aplicáveis para qualquer sistema, abranger todas as variáveis e responder a todas as possíveis interrogações que possam ser tecnicamente formuladas a respeito do Deus Criador.
Em Teologia, a caracterização de Deus deve, obrigatoriamente, ser realizada dentro das mais rígidas exigências do método científico, de forma que esta caracterização de Deus: seja tecnicamente inquestionável e cientificamente tangível para qualquer observador honesto e interessado; não necessite estar circunscrita a nenhuma fronteira material ou intelectual; possa ser traçada livremente, atendendo-se apenas a exigência fundamental de ser obedecida a mais completa honestidade, a mais absoluta racionalidade nas formulações construídas. Opiniões destituídas de caráter científico, que não atendem ao Método Científico, não são válidas para discussões científicas no âmbito da Filosofia, para nenhum assunto envolvendo esta ciência.
Tratando-se cientificamente as avaliações acerca de Deus, podemos avaliar também cientificamente todas as correntes de pensamento que se fundamentam na inexistência do Deus Católico Apostólico e as ideologias, tratados, opiniões, correntes filosóficas que são elaboradas a partir deste pressuposto que se prova logicamente incorreto.
Considero compreensível que se possa caracterizar este pequeno texto como uma digressão acerca de regramentos exigíveis para se realizar determinada tarefa intelectual investigativa. Mas não é assim, apenas. Além de poder ser considerado uma derivação em relação ao objeto específico de estudo, ou seja, – Deus -, o conceito transcrito neste texto expõe, de forma simples e precisa, a mais necessária e principal exigência para que tais estudos sejam iniciados. Deus é assunto a ser tratado pelas faculdades humanas de forma racional e científica, com a mais refinada técnica e o mais apurado método científico.
Estas fundamentações científicas, reitero – exclusivamente científicas e técnicas -, sobre aspectos metafísicos que permeiam a existência humana, nos permitem contrapor muitos estudiosos, pensadores competentes, técnicos livres e honestos com todas as correntes de pensamento que desconsideram a existência do Deus Católico Apostólico, o Deus Criador Todo-Poderoso que criou todas as coisas.
A partir da exigência básica apresentada neste texto, podemos recompor diálogos históricos entre personagens conhecidos tais como entre Santo Agostinho, Kant e Rene Descartes, por exemplo. Tais diálogos, mesmo que seus interlocutores estejam separados no tempo por centenas de anos, existem de fato e para recompô-los basta apenas que recolhamos as notas textuais que seus autores produziram. Desta simples maneira, encontraremos conversas que foram mantidas por muitos estudiosos ao longo dos séculos. Iremos apresentar alguns destas discussões neste sítio.